Vinhos Brasileiros

Hermann Lírica Brut


O Lírica Brut é o espumante top de linha da vinícola Hermann, da região de Pinheiro Machado, Serra do Sudeste, Rio Grande do Sul. É um exemplar da melhor vitivinicultura brasileira. Felizmente, nosso país tem uma orientação natural para a produção de bons espumantes, que combinam tão bem com nosso clima tropical. 

Esse vinho foi elaborado com 75% de uvas Chardonnay e 25% de uvas Gouveio. Passou por prensagem pneumática com separação do mosto em frações. Fermentação alcoólica em tanques de inox a 12-15°C, seguido de corte dos vinhos base para segunda fermentação. O corte seguiu-se da adição do licor de tiragem com leveduras e açúcar. O vinho passou 12 meses sobre as lias, que foram retiradas com rémuage, tudo como manda o figurino dos melhores espumantes. Na análise visual, amarelo-palha de média intensidade, brilhante, com bolhas muito finas e contínuas. No nariz, limão e aromas florais, em um conjunto agradável e harmônico. Na boca, bom preenchimento, com muita refrescância e final limpo. Cremoso e persistente na medida. Ótimo. Classificação: ****.


Hermann Matiz Touriga Nacional 2011


Produzido pela família Hermann na região de Pinheiro Machado, Rio Grande do Sul, esse vinho é o resultado da união de esforços da já tradicional família com o enólogo português Anselmo Mendes, na busca por regiões e castas promissoras na consolidação de um perfil verdadeiramente brasileiro para os vinhos tintos. O resultado é um vinho bom, que agrada e mostra que o Brasil pode, sim, produzir vinhos de bom nível.

O vinho é uma mistura audaciosa de uma casta tradicional (com um percentual de Cabernet Sauvignon para dar mais esturtura) em uma roupagem frutada e fresca. De coloração rubi, já apresentando tons granada, e com aromas potentes e destacados de madeira, café e especiarias. Já não apresenta mais a explosão de flores e frutos descrita no contra-rótulo. Seus aromas são mais sisudos depois de quatro anos de reclusão.

Na boca, um vinho muito refrescante, de estrutura média e com final limpo. Macio e agradável, com taninos leves. Sem dúvida, uma visão bem própria da casta. Um belo experimento, que revela no frescor a brasilidade que se objetivava. Classificação: ***.


Aurora Varietal Cabernet Sauvignon


Vinho límpido, com bela cor rubi. Na análise olfativa, aromas um pouco grosseiros, com destaque para madeira, especiarias e caça. Na boca, um vinho mediano, com leve desequilíbrio em favor do álcool. Pouca estrutura e complexidade. Persistência mediana. Os vinhos millésimes e reservas da mesma vinícola tem bons preços e são bem superiores, apresentando melhor custo-benefício. Classificação: ***.


Aurora Millésime 2009 Cabernet Sauvignon

O Aurora Millésime é elaborado apenas em anos nos quais as condições são excelentes e, portanto, as uvas são excepcionais. Em toda a história da Vinícola Aurora, esta é a quinta edição do vinho (as anteriores foram em 1991, 1999, 2004, 2005 e 2008).

Está atualmente com cor rubi viva, com reflexos ocre, já demonstrando, passados quatro anos, a evolução do vinho. No nariz, aromas de frutas vermelhas maduras, principalmente ameixa, elegantemente balanceado com notas de baunilha, coco e chocolate. Excelente estrutura. Macio e aveludado ao paladar. Taninos macios e excelente persistência. Um vinho superior. Classificação: ****.



Garibaldi Primícias

Espumante simples e refrescante, feito pelo método charmat. No nariz, cítricos, maçã verde e abacaxi. Na análise visual, tom amarelo palha com perlage grosseiro, mas contínuo. Na boca é leve, simples e equilibrado, tem boa acidez e final de boca médio, deixando um toque de tostado. Classificação: ***


Terranova Blanc de Blancs Brut

Já comentei nesse blog outros espumantes da linha Terranova. Essa é a segunda linha da Miolo, vinícola nacional de renome, que tem excelentes (e horríveis) vinhos no mercado. Esse Blanc de Blancs, como diz o nome, é feito somente com uvas brancas. Tinha perlage fino e contínuo, apesar de não muito abundante, sinal de um espumante correto. No nariz, aroma de pão tostado e frutas. Aromas de pão são comuns em espumantes por causa da segunda fermentação a que esses vinhos são submetidos. Na boca, ácido, refrescante, honesto. Recomendo, se não estiver caro! Classificação: ***.


Terranova Rosé de Noir Brut

O Terranova Rosé de Noir é a segunda linha da Miolo, respeitada vinícola nacional. É bom,agradável em aroma e gosto. Produzido no Vale do Rio São Francisco, possui média intensidade, perlage delicado e constante, bom equilíbrio entre acidez/açúcar. Aroma lembrando flores e frutas vermelhas como cereja e morango. Classificação: ***.


Terranova Blanc de Blancs Demi-Sec



Já comentei outros vinhos dessa linha. Esse Terranova é o demi sec. Para entender melhor, é bom explicar. Os espumantes se classificam, de acordo com quantidade de açúcar presente no líquido, em: nature (0g/l), extra brut (0 a 6g/l), brut (<15g/l), extra sec (12 a 20 g/l), sec (17 a 35g/l), demi sec (33 a 50g/l) e doux (>50g/l). Esse é um demi sec, portanto é do penúltimo nível na escala de doçura.

De cor muito boa (amarelo palha clarinho), apresentou perlage contínuo e persistente, porém com bolhas grandes (o que é considerado um defeito). Vinho leve, escorregadio, com aroma franco, agradável, porém fugidio. No nariz, nuances de fermento, pão torrado, frutas frescas. Na boca, a maçã se destaca com clareza, seguida de um amargor característico dos espumantes, talvez um pouco mais grosseiro do que o habitual, mas que não chega a desagradar. Açúcar na medida, porém um pouco carente de acidez. Trata-se de um espumante simples, para o dia-a-dia, não é severamente desequilibrado e agrada aos sentidos. Ideal como aperitivo, acompanhando frutas secas, amêndoas ou petiscos. Classificação: ***.


Terranova Moscatel


Espumantes do tipo moscatel são elaborados pelo método Asti, com o uso da uva Moscato. Neste método, uma única fermentação é realizada em grandes autoclaves (o gás carbônico resultante da fermentação é mantido dentro da autoclave e se incorpora ao líquido). Essa fermentação é interrompida através de redução rápida da temperatura a cerca de 0º, quando o teor alcoólico alcança de 7 a 8,5%. Falando agora especificamente sobre o Terranova Moscatel, o fato é que ele decepcionou um pouco. No olfato, forte presença de ervas. Perlage bastante homogêneo, meio grosseiro, mas de excelente persistência. Na boca, refrescante, gostoso, mas com um incômodo amargor no fundo de boca. Ligeiro, sem defeitos mas também sem qualidades que o destaquem. Se estiverem buscando por um moscatel barato, recomendo o Aurora, bem melhor que esse. Classificação: **.


Chandon Brut


O Chandon é um excelente espumante nacional. Certeza de não errar. Ok, quem compra pode demonstrar um pouco de falta de criatividade frente a tantas boas opções da vitivinicultura nacional de espumantes, mas é garantia de prazer. Certeza de processo produtivo confiável (Charmat), perlage excelente, aromas potentes. Quer uma dica? Tome de manhã, em substituição ao café da manhã, acompanhado de salada de frutas. Só não faça isso se tiver que trabalhar depois! Classificação: ***.


Chandon Passion Rosé Demi-Sec


Perlage contínuo, fino e abundante. Feito com as uvas Moscato, Malvasia e Pinot Noir, apresentou aroma de frutas tropicais, amplo, marcante, intenso. Na boca, levemente doce, ácido e muito refrescante. Suave e delicado, porém persistente, como convém a um bom espumante. É de longe o melhor da linha Chandon, espumantes que são todos feitos com o método Charmat. Classificação: ****.


Santa Augusta Brut Rosé

Comprei esse espumante às cegas, por recomendação de uma vendedora da SuperAdega. Não sou muito de confiar, porque na maior parte das vezes os vendedores estão preocupados em empurrar algo para você, ao invés de conhecer o seu gosto verdadeiro e tentar encontrar um produto adequado ao seu gosto. Bem, felizmente, não foi esse o caso. Esse espumante é maravilhoso. Não é baratinho, mas vale os centavos gastos. Muito aromático, daqueles que fazem você fechar os olhos e viajar. Na boca, pão, melão, frutas frescas. Saboroso. Comprarei de novo e vou agradecer a dica à vendedora. Classificação: ****.


Santa Augusta Demi-Sec Rosé


Excelente exemplar de espumante nacional. Trata-se de corte de Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Montepulciano e Cabernet Franc. O vinho base foi elaborado a partir de uvas provenientes de vinhedos próprios, cultivados em espaldeira. Elaborado pelo método Charmat, com permanência do espumante por 3 meses sobre as leveduras. Perlage fino e de média persistência. Aroma delicado com notas de frutas vermelhas (amora, morango) e de flores (rosas). Cor rosa salmão muito claro. No palato, muita fruta e leve toque de amêndoas. Ótima acidez, equilibrado, boa cremosidade, persistente e com retro-olfato agradável e frutado. Classificação: ****.


Quinta Dom Bonifácio Habitat


Comprem! É o que posso dizer desse espumante que ganhou vários prêmios em feiras de vinhos. É produção nacional e me enche de orgulho, porque mostra e confirma o que já falei antes: o Brasil é um dos maiores e melhores produtores de espumantes do mundo. Não se envergonhe em pedir espumantes brasileiros. Acho até engraçado ver gente menosprezando algumas bebidas excelentes só porque são nacionais... Esse é um excelente exemplo: explosão de aroma e frutas na boca. Perlage contínuo, fino, delicado. Bela cor dourada. Quem encontrar, me avise, para eu comprar mais garrafas. Classificação: *****.


Casa Valduga Arte Elegance


Excelente escolha para um espumante suave, com perlage contínuo e refinado. Aroma de frutas frescas. Elaborado pelo método tradicional - segunda fermentação na garrafa -, esta mistura de Chardonnay e Pinot Noir demi-sec é de primeira linha. Aliás, os melhores vinhos brasileiros são os espumantes. São muito bons em nível mundial. Não fazem feio. Classificação: ****.


Casa Valduga Arte Brut

A Casa Valduga é localizada no Vale dos Vinhedos, no município de Bento Gonçalves (a 160Km de Porto Alegre), e tem uma longa história de elaboração de espumantes. Esse espumante da linha Arte – a mais básica da vinícola – é de qualidade (60% de Chardonnay e 40% de Pinot Noir), apesar de apresentar algumas ressalvas importantes. A primeira ficou por conta do perlage: grosso e pouco intenso, não é o recomendado para bons espumantes. Aroma pouco intenso, mas amplo, frutado, agradável. Na boca, acidez muito boa, amargor mediano, sabor intenso de frutas e algum sabor de pão, resultante certamente da segunda fermentação na garrafa. Trata-se de um espumante bom e agradável ao aroma e paladar, confirmando a boa indústria de espumantes brasileira. Por outro lado, acho-o caro para a qualidade que dispõe. Há espumantes brasileiros melhores da mesma faixa de preço. Classificação: ***.


Casa Valduga 130 Anos


Espumante topo de linha da Casa Valduga, o 130 é realmente inquestionável. Produto de primeiríssima linha. Escrevo esse post degustando uma taça desse vinho muito bem feito e fico feliz em saber que é produto nacional, feito em Bento Gonçalves, por uma empresa cheia de vigor. A Casa Valduga começou com o imigrante italiano Luigi Valduga, que se estabeleceu na região em 1875 com uma produção artesanal de vinhos. São vinhos bons, alguns excelentes, como esse da foto. O espumante 130, feito pelo método tradicional, é elaborado com as castas Chardonnay e Pinot Noir e amadurece por 36 meses em contato com as leveduras. Na análise visual, um vinho de amarelo ouro razoavelmente forte, com perlage intenso e contínuo, de bolhinhas muito finas, o que mostra ser um bom espumante, no qual o gás está corretamente diluído no vinho e onde não houve inclusão artificial de gás, como há em refrigerantes. No nariz, aromas delicados, com notas de frutas tropicais. Na boca, muita fruta. Sabor, estrutura e acidez marcantes. Um vinho muito equilibrado e de grande potencial de sabor, um espumante forte e com personalidade. Excelente! Classificação: ****.


Rio Sol Brut Rosé


Esse espumante rosé é feito no Vale do São Francisco. É delicioso e, o melhor, é barato. Perlage contínuo, delicado e fino. Apesar de intitulado como Brut, está mais para Demi-sec. Cor e aroma muito agradáveis. Quer uma prova de que é bom? Alcançou 90 pontos em um dos mais concorridos concursos de vinhos do mundo, o Concours Mondial de Bruxelles (CMB), ou seja, é muito bom! Parabéns novamente à vitivinicultura nacional de espumantes. Classificação: ****


Salton Moscatel


Elaborado com uvas da variedade Moscato, este espumante é feito com o método Asti, no qual o mosto é fermentado em tanques herméticos de aço inoxidável a baixa temperatura. A fermentação é interrompida quando se atinge de 7% a 10% de álcool, deixando açúcares residuais da ordem de 80 gramas por litro (10 vezes mais que um espumante Brut). O resultado é aromático, doce e pouco alcoólico. Na análise visual, o Salton Moscatel apresentou coloração amarelo-palha, com tons esverdeados, brilhante, com espuma abundante e bom perlage. No nariz, aromas – de média intensidade – de flores e frutas tropicais, com nuances cítricas. Sabor equilibrado, cremoso e bastante frutado. Seria bem melhor se fosse mais ácido, para compensar a doçura típica. Como solução de contorno, sugere-se servi-lo bem gelado. É um vinho com bom custo-benefício, para momentos descontraídos. Classificação: ***.


Salton Prosecco Brut


Eu gosto muito de espumantes feitos com a casta Prosecco. Aliás, é muito comum as pessoas confundirem: Prosecco não é um tipo de vinho, é um tipo de uva. Algumas vinícolas, por questão de marketing, acabam dando mais ênfase à casta do que ao produto final. Enfim, trata-se de um bom espumante, saboroso, aromático e medianamente persistente. Honesto e prazeroso. Classificação: ***


Salton Brut


Espumante da linha de base da Salton. Essa vinícola fica em Bento Gonçalves. O lugar é muito bonito e a linha de produção impecável. Seus espumantes focam em produções maciças, mas isso não significava necessariamente qualidade inferior. São espumantes simples, mas com boa relação custo X benefício (que sempre tem que ser avaliada quando se compra um vinho, já que há vinhos para grandes ocasiões e vinhos para o dia-a-dia). Elaborado a partir das variedades Chardonnay e Riesling, o mosto é extraído em prensas pneumáticas e a segunda fermentação ocorre pelo método Charmat, durante um mês. É brilhante, com tonalidade palha. O perlage é abundante, mas grosseiro e pouco persistente. Aroma cítricos, de maçã verde e pão torrado. Final cremoso. Um bom vinho, agradável. Classificação: ***.


Salton Reserva Ouro Brut


Vinho amarelo claro brilhante, feito com as castas Chardonnay e Riesling. Aroma fugidio com nuances de pão tostado, manga, fermento e baunilha. A primeira ressalva: o perlage foi muito fraco e rápido, o que é uma falha em termos de espumantes. Na boca, a segunda ressalva: muito refrescante e ácido, mas com pouca estrutura. Sabores simples, que indicam espumante de qualidade inferior. Por isso, não recomendo. Classificação: **.


Aurora Chardonnay Brut


Muito bom! Esse espumante é daqueles que enganam aos desavisados. É baratinho e a gente acaba pensando que está comprando gato por lebre, mas não é! É espumante bom e barato. Não é excelente, verdade, mas é bom. Bom para tomar de café da manhã, bom para tomar quando está triste, bom para tomar quando está feliz! Aliás, deveríamos tomar muito mais espumantes do que tomamos e, se podemos comprar de qualidade boa e a preços bons, não entendo porque não tomar mais. Dica: tomem pela manhã, com salada de frutas, no lugar do - chato - café com leite e pão. Asseguro: o dia ganha brilho, luz e paixão. Classificação: ***.


Aurora Moscatel Rosé

Comprei esse Aurora Moscatel Rosé em passeio à Vinícola Aurora. É vinho doce, feito com as uvas Moscato de Hamburgo e Moscato Bianco. A versão branca desse espumante é o carro chefe da Aurora. Muitas pessoas não gostam de espumantes do tipo Moscatel, por serem vinhos doces, mas sempre há uma ocasião para qualquer tipo de vinho, até aquele tipo que não se está muito acostuma a beber. Esse, por exemplo, é um vinho que vai bem com sobremesas. No exame visual, bela cor salmão, com bastante perlage (as bolinhas), porém perlage com bolhas grossas. Aroma fraquinho, da própria uva Moscatel (a única que transmite seu próprio aroma ao vinho), mel e jabuticaba. Na boca, simplicidade, doçura e refrescância. Faltou mais acidez e um pouco mais de estrutura. Classificação: **.


Aurora Moscatel

Espumante Aurora Moscatel: os moscatéis são vinhos pouco comentados pelos enólogos. A razão é certamente a doçura pungente, que incomoda muitos dos paladares. São vinhos, contudo, que têm seu espaço no jantar (acompanhando a sobremesa, por exemplo) e possuem uma fatia fiel de consumidores. O espumante moscatel é elaborado pelo método Asti com o uso da uva moscato. Neste método, uma única fermentação é realizada em grandes autoclaves. Essa fermentação é interrompida através de redução rápida da temperatura a cerca de 0º quando o teor alcoólico alcança de 7 a 8,5%, de acordo com o objetivo determinado pelo enólogo responsável. O resultado é um residual de açúcar bastante alto que deixa o espumante leve e doce. A acidez, sempre importante nos espumantes, mostra-se essencial aqui no sentido de equilibrar o açúcar, reduzindo a sensação de doçura no palato. Temos ótimos produtos dessa categoria disponíveis no Brasil. Um exemplo correto é o Aurora Moscatel, um vinho de aroma sutil e refrescante. Na boca consegue equilibrar bem os níveis de açúcar com boa acidez, o que o faz muito prazeroso de tomar, cremoso. Apresenta boa espuma e bom perlage, apesar de não muito persistente. É vinho bom, recomendado para ocasiões em que os convivas não estão habituados aos sabores por vezes rascantes dos vinhos. Classificação: ***.


Aurora Prosecco

Tomei esse espumante hoje no café da manhã. Proseccos são espumantes como outros quaisquer, só que feitos com a uva Prosecco. Essa coisa de chamar um espumante de "Prosecco" é muito mais jogada de marketing para diferenciar o produto do que qualquer diferença digna de menção. Bem, discussões a parte, gosto desse espumante da Aurora. É denso, saboroso, medianamente aromático. Um vinho correto. De cor amarelo palha intenso e aroma floral amplo e com notas de pão e tostado (por causa da segunda fermentação), apresentou paladar equilibrado, com agulha e acidez destacadas e agradáveis. Persistência mediana. A única ressalva fica por conta do perlage ralinho, o que é um defeito em caso de espumantes. Recomendo para compor drinks e para acompanhar situações descontraídas. O melhor: é baratinho. Classificação:***.


Aurora Brut Rosé X Casa Valduga Blush

Ontem foi noite de degustação de espumantes Brut Rosé. Queríamos ver na prática a diferença de qualidade resultante da escolha do método de vinificação do espumante. Para isso, escolhemos um Casa Valduga feito pelo método tradicional (em que a segunda fermentação acontece na garrafa) e um Aurora feito pelo método Charmat (que usa recipientes inox). De início, o gás carbônico da espuma nos fez confundir os dois. Com algum tempo de degustação, contudo, ficou claro porque o Casa Valduga custa o dobro do valor do Aurora. Ele harmonizou perfeitamente com todo o jantar (até a sobremesa), enquanto o Aurora rapidamente ficou enjoativo. As características organolépticas do Casa Valduga (que matura por 25 meses sobre as leveduras) são todas superiores ao Aurora: cor, aroma, sabor, perlage. É sem dúvida um vinho superior. Recomendadíssimo. Um vinho muito elegante. Classificação: ****. O Aurora é claramente mais grosseiro, desde a cor (forte demais) até o sabor, que não evolui bem. É espumante para o dia-a-dia, para tomar sem muita atenção. Classificação: *** .


Casa Perini Brut


O Brut da Casa Perini é um espumante brasileiro bem típico, aromático, persistente. Agradável exemplar da vitivinicultura nacional. Aroma destacado de frutas tropicais e cítricos. Na boca, frescor e elegância, com sabor notadamente frutado. Perlage pouco abundante e persistente, porém fininho, como deve ser. Espumante correto, gostoso e honesto. Para falar a verdade, apenas uma coisa me incomoda nesse vinho: o rótulo. Os rótulos da Casa Perini são feios e precisam urgentemente de uma remodelagem. Como advogo que vinhos não são somente líquidos, mas toda a celebração à vida que englobam, acho que é algo que poderia ser visto com mais carinho pela vinícola. Classificação: ***.


Casa Perini Aquarela


Espumante feito pelo processo Asti da vinícola Perini. O processo Asti é uma forma de fabricação de espumantes na qual o mosto é colocado em autoclaves de inox, mantendo-se o gás carbônico da fermentação até se alcançar seis atmosferas. Faz-se, assim, um espumante com apenas uma fermentação, entre 7 e 9% de teor alcoólico. O resultado é um vinho doce, já que a uva Moscato é muito doce. A Vinícola Perini, por sua vez, tem sido responsável por alguns dos bons espumantes do país ultimamente e esse não é diferente. De cor rosada muito bonita, esse espumante, contudo, apresentou uma falha: o perlage era muito fraco. Lembrando, perlage são as bolhinhas que saem do fundo do taça, em direção à borda. Em espumantes, quanto mais fino, intenso e duradouro, melhor o perlage. Melhor, portanto, o espumante. Não foi esse o caso do Aquarela, infelizmente. No nariz, o Casa Perini Aquarela foi agradável, com aroma de flores e frutas. Nariz amplo, franco e perfumado, porém leve e pouco persistente. Com relação ao paladar, o Aquarela apresentou a doçura típica da uva Moscato, porém ficou carente em acidez, o que o tornou desestruturado e um pouco enjoativo, para quem não gosta tanto de doce. Ainda assim, é uma boa investida da vinícola e eu recomendo que experimentem, nem que seja para tirar a prova desse novo produto. Classificação: **.


Casa Perini Prosecco


O Prosecco da Casa Perini é um exemplo correto de espumante nacional. Vinho barato, para o dia-a-dia (espumante é, sim, para o dia-a-dia, porque somos filhos de Deus!). Não é tão bom quanto os bons italianos da mesma categoria, mas mata a sede com dignidade. Elaborado com a uva Prosecco, de cor amarelo palha, esse espumante apresentou aromas fugidios de pera e maçã verde. Na boca, frescor e um amargor de fundo característico da casta, mas com pouca persistênca. Os espumantes são vinhos extremamente versáteis. Recomendo esse como aperitivo, enquanto se espera o jantar. Classificação: **.


Perini Champenoise Brut


Espumante com 11,8% de graduação alcoólica e de cor amarelo palha brilhante. Feito com as castas Chardonnay e Pinot Noir e com aromas cítricos, esse espumante apresentou bom perlage e excelente acidez. Na boca, leve amargor de fundo, sem prejuízo, contudo, à impressão geral do vinho, que é muito boa. Vinho correto e persistente, feito pelo método tradicional, que dá mais complexidade e corpo aos espumantes. Classificação: ***.


Almadén Meio-Doce


Gente, é o seguinte: nem só de primeira linha vive o homem! Almadén é segunda linha. Se você souber disso e não esperar muito, pode sair satisfeito. O problema é quando o vinho parece ser top e é basico. Esse espumante Almadén me pareceu honesto. Fiquei satisfeito, considerando o que paguei. Classificação: **


Monte Paschoal Brut Rosé X Monte Paschoal Moscatel Rosé


Degustação de dois rosés Monte Paschoal: o brut e o Moscatel. Ambos são vinhos simples, muito refrescantes, joviais, ideais para momentos descontraídos e para climas quentes. Recomendadíssimos na piscina, por exemplo, em um dia de sol, bem gelados. São ambos vinhos baratos (cerca de vinte reais), bons exemplos da vitivinicultura nacional. É bom que se diga: não são vinhos estruturados, complexos e com camadas de aromas. São vinhos que combinam mais com sorrisos e conversa de amigos do que com elucubrações sobre quais aromas se escondem no líquido. Ambos são escorregadios e apresentam linda cor rosé cereja. Ambos apresentaram bom perlage: contínuo, intenso e delicado. O Brut Rosé, 12%, é elaborado unicamente com a Pinot Noir. No nariz, notas cítricas, florais e de frutos vermelhos. Na boca, refrescância e acidez correta. Classificação: ***. O Moscatel, 7,5%, feito pelo processo Asti, é só festa. Feito com a uva Moscato Bailey, possui aroma destacado de morangos e amoras. No palato, doçura e muita fruta, mas um pouco carente de acidez. Classificação: ***.


Monte Paschoal Brut


Excelente espumante nacional. Cor dourado claro brilhante. Esse espumante é feito com as castas Chardonnay e Riesling Itálica e possui 12% de graduação alcoólica. No nariz, apresentou aroma doce, fino, com nuances cítricas e toques de pão e manteiga. Esses aromas de pão e manteiga são comuns em espumantes e são resultantes da segunda fermentação. O perlage se mostrou contínuo, de tamanho médio, não tão fino quanto em grandes espumantes, mas sofisticado o suficiente para não fazer feio. É um espumante leve e fácil de beber, muito agradável. Vinho bom e barato, leve e ácido na medida, feito pelo método Charmat, que deixa os espumantes mais frutados e florais. A vinícola Basso, responsável por ele, é de uma família italiana emigrada para a Serra Gaúcha. Classificação: ****.


Monte Paschoal Demi-Sec

Os espumantes da Vinícola Basso, como esse Dom Paschoal, são elaborados no município de Farroupilha, no RS, na região conhecida como Vale dos Vinhedos. Essa é uma das regiões vinícolas mais importantes do Brasil. São espumantes simples, porém de boa relação custo-benefício. São elaborados com as castas Chardonnay e Riesling. Na análise visual, apresentou cor amarelo dourado brilhante, com perlage intensa, porém muito pouco persistente e algo grosseira. Aromas cítricos e de frutas (abacaxi, maçã). Na degustação, refrescância, açúcar e acidez na medida. Um revés, contudo: um incômodo amargor de fundo de boca que surge logo após a deglutição. Classificação: **.


Monte Paschoal Moscatel Rosé


Quer beber bem pagando pouco? Se você gosta de espumantes doces, essa é uma excelente pedida. O Monte Paschoal Moscatel Rosé é vendido por cerca de R$20 e é um espumante muito bom para a sua categoria. É elaborado pela Basso Vinhos e Espumantes, vinícola localizada no município de Farroupilha (RS), com a uva Moscato. A fabricação do espumante é pelo processo Asti, no qual a tomada de espuma ocorre já na primeira fermentação, feita em autoclaves. Trata-se de um vinho jovem, de bela cor cereja e bastante aromático. No nariz, aparecem muito destacados os aromas de morango e amora, misturados a notas florais. O perlage é bom: contínuo, intenso e delicado. Leve e fácil de beber, refrescante, paladar adocicado e extremante frutado, ótimo para brindar com os amigos. Como é doce, recomendo tomá-lo como sobremesa, acompanhando bolos ou sorvete. Classificação: ***.


Monte Paschoal Prosecco


Espumante elaborado pelo método Charmat. Apresenta cor brilhante, amarelo claro, com reflexos esverdeados. Aromas muito destacados de frutas, principalmente banana e pêssego. Na boca, sabores em continuidade aos aromas, de tal forma que chega a ser perceptível o sabor de banana. Leve, talvez um pouco demais, carece de um pouco mais de estrutura e complexidade. Possui acidez refrescante e agradável. Infelizmente, o perlage (os bolhas do espumante) foi realmente decepcionante: grosseiro e pouco persistente, em nada lembrava o perlage correto de um bom espumante. Esse foi o motivo principal, aliado à falta de estrutura e excessiva simplicidade, que motivou a classificação baixa. Não recomendo. Classificação: **.


Monte Paschoal Moscatel


Espumante de cor palha claríssimo, com perlage mediano e e aroma doce a frutas maduras. Na boca, apresentou-se doce e ácido ao mesmo tempo, refrescante e redondo, em uma combinação de grande equilíbrio e muito prazerosa. Feito com o processo Asti, no qual o mosto é fermentado uma única vez, com controle de saída do gás carbônico, esse espumante me surpreendeu muito positivamente. Recomendo e vou comprar novamente. Classificação: ****.


Dom Cândido Brut x Dom Câdido Estrelato Brut


O objetivo dessa degustação foi comparar a primeira e a segunda linhas de uma vinícola nacional. Assim, ao final da degustação, poderíamos aferir se a diferença de preço entre as duas linhas é justificada por uma diferença correspondente de qualidade. Também queríamos saber, analisando cada vinho, se a primeira linha é realmente boa e se a segunda é uma boa compra para momentos mais distraídos. A vinícola escolhida foi a Dom Cândido, tradicional produtora de espumantes do Vale dos Vinhedos, no RS. A diferença foi bem clara, desde a cor, passando pelo perlage, aromas e sabores. A primeira linha, Dom Cândido Brut, foi superior em tudo. Cor amarelo palha com reflexos esverdeados, perlage contínuo e fino, aroma destacado de banana e frutas citricas; na boca, um vinho correto, equilibrado, mediano. Classificação: ***. A segunda linha, Estrelato, foi inferior em tudo: desde a cor, muito clara e pouco densa, apesar de apresentar um bom perlage, passando pelos aromas pouco definidos e boca levemente desequilibrada. Classificação:**. Em síntese, a diferença de qualidade é realmente clara: o espumante de primeira linha é um vinho bom, enquanto o de segunda linha é claramente inferior.


Aurora Colheita Tardia X Norton Cosecha Tardia


Vinhos “Colheita Tardia” são vinhos de sobremesa feitos com uvas já bem maduras (além disso, há também adição de açúcar). O resultado é um vinho licoroso com graduação alcoólica relativamente baixa, quando comparado com vinhos fortificados (também conhecidos pela eventual doçura). O primeiro avaliado foi o Aurora Colheita Tardia, feito com as uvas Sémillon e Malvasia Bianca. O segundo foi o Norton Cosecha Tardia, um argentino feito sob o mesmo princípio. O Aurora é 2012 e o Norton é 2011. Vamos aos resultados: o Aurora apresentou delicado aroma floral, mesclado às notas de mel e frutas secas, características dos licorosos. Também apresentou aromas de banana e abacaxi. Na boca, um vinho doce, muito delicado e agradável. Um pouco carente de acidez e com relativamente pouca persistência. Ainda assim, um vinho sutil, equilibrado, que deixa a boca limpa. Agradável. Classificação: ****. O Norton foi menos aromático que o Aurora, mas ainda apresentou aromas agradáveis e delicados, principalmente florais e de mel. Na boca, um vinho mais complexo, equilibrado, mais ácido, e razoavelmente mais persistente, que deixa a boca limpa. No fundo de boca, um levíssimo amargor. Muito agradável. Ambos são recomendados: para sobremesas mais doces, o Aurora; para sobremesas menos doces e mais ácidas, o Norton é ideal. Classificação: ****.


Aurora Colheita Tardia


Sou viciado em vinhos fortificados e de sobremesa de todos os tipos. É muito comum, com esses vinhos, pagarmos uma fortuna por uma garrafa (vide o preço de um Tokaji ou de um Sauternes), mas às vezes podemos ter sabores muito próximos por uma fração do preço. É precisamente o caso desse vinho. É baratinho e é uma delícia. Servido gelado é um prazer só. Acompanha muito bem doces e frutas ou queijos como roquefort e gorgonzola. Na verdade, ele sozinho já faz o papel de sobremesa. Recomendadíssimo, por ser barato e porque, apesar de doce, mantém a acidez, o que não o deixa enjoativo, como outros vinhos Colheita Tardia. Se virem por aí, comprem sem medo. Tenho certeza de que não vão se arrepender. Parabéns à Aurora pelo excelente exemplo de vitivinicultura nacional e pela excelente relação custo-benefício. Classificação: ****.


Salton Intenso


Esse vinho é feito com a casta Chardonnay. Degustamos ele em casa, comparando-o com o Comenda Moscatel do Douro (que também está nesse post). Vinho amarelo ouro intenso, denso e brilhante, com cor boa. No nariz, franco e amplo, com notas florais, de mel, madeira e toque cítricos. Aroma finíssimo, muito intenso e persistente. Neste quesito, ficou melhor classificado que o Comenda. Na boca, contudo, foi mais tímido: vinho bom, licoroso, sápido, equilibrado e persistente. Classificação: ***.