Vinhos Argentinos

Viña Amalia Reserva Malbec 2010


A Viña Amalia carrega o nome do respeitado enólogo Carlos Basso. O vinhedo fica em La Consulta, Mendoza, e metade do vinho passa 12 meses em madeira. Na análise visual, coloração densa, de um rubi quase totalmente negro. No nariz, ameixa, framboesa, mirtilo, café e pimenta. Na última e mais importante análise, o paladar, o vinho se mostrou bom, agradável e redondo, com bom corpo e bastante frutado. A madeira está bem integrada ao conjunto. O final foi de média persistência, deixando a boca limpa e agradável. Um vinho quente, com 14% de álcool, bem integrado. Boa relação custo-benefício. Classificação: *** 



Norton Cosecha Tardia x Aurora Colheita Tardia

Vinhos “Colheita Tardia” são vinhos de sobremesa feitos com uvas já bem maduras (além disso, há também adição de açúcar). O resultado é um vinho licoroso com graduação alcoólica relativamente baixa, quando comparado com vinhos fortificados (também conhecidos pela eventual doçura).

O primeiro avaliado foi o Aurora Colheita Tardia, feito com as uvas Sémillon e Malvasia Bianca. O segundo foi o Norton Cosecha Tardia, um argentino feito sob o mesmo princípio. O Aurora é 2012 e o Norton é 2011. Vamos aos resultados: o Aurora apresentou delicado aroma floral, mesclado às notas de mel e frutas secas, características dos licorosos. Também apresentou aromas de banana e abacaxi. Na boca, um vinho doce, muito delicado e agradável. Um pouco carente de acidez e com relativamente pouca persistência. Ainda assim, um vinho sutil, equilibrado, que deixa a boca limpa. Agradável. Classificação: ****. 

O Norton foi menos aromático que o Aurora, mas ainda apresentou aromas agradáveis e delicados, principalmente florais e de mel. Na boca, um vinho mais complexo, equilibrado, mais ácido, e razoavelmente mais persistente, que deixa a boca limpa. No fundo de boca, um levíssimo amargor. Muito agradável. Ambos são recomendados: para sobremesas mais doces, o Aurora; para sobremesas menos doces e mais ácidas, o Norton é ideal. Classificação: ****.




Viña Alicia Morena Cabernet Sauvignon 2007

Cabernet argentino, elaborado pela vinícola Viña Alicia com base em vinhedos situados a 900 metros de altitude, com clima continental, na região de Luján de Cuyo. A Viña Alicia é capitaneada por Alicia e Alberto Arizu e se tornou, nos últimos anos, fonte incontestável de vinhos vigorosos, respeitados e procurados mundialmente. Entre seus vários vinhos premiados, degustamos o Morena, um corte com 88% de Cabernet Sauvignon e 12% de Cabernet Franc. Um vinho bem pontuado (Parker: 92 pontos; Descorchados: 93 pontos) e que realmente impressiona.

Na análise visual, rubi concentrado com halo granada. No nariz, os anos de garrafa aprofundaram o tabaco e a madeira, onde o vinha estagiou por seis meses antes de ir para o mercado. Na boca, um vinho quente (14% de graduação alcoólica), muito frutado e robusto. Tânico, com taninos vigorosos e macios. Refrescante, é um vinho com estrutura para acompanhar carnes com especiarias. Final longo e saboroso. Excelente.

Classificação: ****.



Serrera Moments Torrontés 2009

Um passeio por aromas. Realmente impressionante! O Serrera Moments Torrontés 2009, elaborado pela bodega argentina Serrera, na boca, é um vinho leve, fresco e elegante. No nariz, é - sem exagero - uma viagem única. Extremamente aromático, possui fragrâncias destacadas de flores, frutas, mel... Aromas finíssimos e muito marcantes, que vêm em camadas. Curioso que, após degustá-lo, fica-se ainda muito tempo (dias!) lembrando os aromas e do enorme prazer olfativo. Final de boca complexo e persistente. A Torrontés é uma casta genuinamente argentina, que só existe lá, conhecida por ser realmente muito aromática. A qualidade dos vinhos feitos com essa uva aumenta quando se vai de regiões mais ao sul da Argentina para vinhos feitos em regiões mais ao norte. Ela também fica melhor quando cultivada em locais altos. Gostamos muito desse vinho. Recomendado para ocasiões especiais, em que haja tempo para desfrutar todos os seus aromas. Classificação: ****. 



Amalaya Tinto 2010

A Bodega Colomé, produtora deste corte tinto, é uma das mais antigas da Argentina e possui vinhedos que se localizam entre 2300 e 3100 metros acima do nível do mar, o que os coloca como os mais altos do mundo, no Vale do Calchaqui, em Salta. O Amalaya 2010 é um vinho produzido a partir de 75% de Malbec e percentuais menores de Cabernet Sauvignon, Syrah, Tannat e Bonarda. Na análise visual, vinho com coloração rubi de bastante concentração e halo com tons violáceos. No nariz, aromas de ameixa, cereja, chocolate e pimenta. Na boca, estrutura e equilíbrio, em um vinho frutado e aveludado. Excelente persistência e ótima relação custo-benefício. É vinho para repetir outras vezes. Recomendo. Classificação: ****.


Trapiche Vineyards Malbec 2012

O Trapiche Vineyards Malbec 2012 é da região de Mendoza, na Argentina, uma das regiões vinícolas mais elevadas do mundo, com vinhas localizadas entre 2.000 e 3.500 pés acima do nível do mar. Nessa região, a Malbec é a uva mais importante e mais plantada. Com o clima relativamente estável dessa região, a qualidade do Malbec de Mendoza é consistentemente alta. Este Trapiche Vineyards Malbec, da Bodega Trapiche (enólogo resposnavel: Daniel Pi) não é exceção e apresentou, na análise visual, um belo vermelho rubi, com reflexos violáceos. Aroma terroso, de baunilha, de couro e de fruta bem madura (ameixa e cereja). Com 13,5% de graduação alcoólica, apresenta maciez e riqueza de sabor na boca. Um vinho volumoso e, custando cerca de R$30, com boa relação custo-benefício. Classificação: ***.


Trivento Tribu Chardonnay 2011

Esse Chardonnay, elaborado pelas Bodegas Trivento, em Mendoza (Argentina), estava bastante agradável. Chardonnay não é o forte da Argentina, então não se deve esperar muito dessa casta com essa proveniência. Vinificado em tanques de aço, tinha 13% de teor alcoólico. Trata-se de um vinho simples, macio e aromático, longe das complexidades obtidas com a mesma casta em vinhedos do Velho Mundo. Na análise visual, um vinho amarelo palha com reflexos esverdeados. No olfato, mel, ervas e frutas, especialmente, abacaxi, melão e damasco. Na boca, um vinho jovem, macio, cítrico, com acidez elevada e agradável, porém pouco persistente. Vinho para o cotidiano, muito bom para acompanhar carnes brancas e grelhados mais leves. Classificação: ***.



Colomé Torrontés 2011

Toda vez que se abre uma garrafa de Torrontés, é uma festa olfativa. Essa casta é para beber e também para cheirar! A Torrontés produz vinhos soberbos, com aromas que são realmente um capítulo a parte. São aromas intensos e marcantes, muito típicos, florais e cítricos. Na boca, esse Colomé estava seco na medida, ou seja, com algum pouco açúcar residual, com muito frescor e excelente acidez. Final longo e marcante. Redondo na boca, delicado e muito elegante. Classificação: ****.



Trapiche Vineyards Merlot 2013

A Bodegas Trapiche é uma vinícola histórica na Argentina. É especializada em diversos varietais e têm se esforçado por fornecer produtos de qualidade com castas diversas, e não somente o Malbec esperado. Possui mais de 1000 hectares de vinhedos próprios e foi eleita, pela segunda vez consecutiva, a melhor bodega da Argentina em concurso realizado pela International Wine & Spirit Competition. Essa linha, Trapiche Varietal, é composta de vinhos frescos, jovens, com bastante presença de fruta. Esse Merlot, erm particular, contudo, me decepcionou. Esperava bem mais e é impressionante ver a diferença dele para o Malbec da mesma linha. Este, intenso, saboroso; aquele, simplório. No nariz, ameixas, frutas vermelhas e especiarias. No paladar, muita simplicidade, nenhuma persistência e maciez. Carente em diversos sentidos. Não recomendo. Classificação: **.


Santa Florentina Malbec 2012

A Malbec é uma uva de origem francesa de cor escura e taninos robustos. É famosa por ser uma das seis variedades utilizadas nos tintos de Bordeaux. Essa variedade foi levada para a Argentina em 1868 pelo francês Michel Pouget. Lá, alcançou níveis excepcionais de qualidade, a ponto de ser considerada a casta tinta símbolo da Argentina. Infelizmente, esse vinho representa muito pouco o que essa uva pode vir a ser. Apesar de aromático (baunilha no início, abrindo-se na sequencia para aromas de cerejas e ameixas), o vinho estava muito desequilibrado na boca: excessivamente alcoólico, com nenhuma complexidade. Final curto e pouco persistente. Não recomendo e não vou mais comprar. Classificação: **.



Crios Torrontés 2012

Susana Balbo, a enóloga responsável pela linha Crios, é uma das personalidades mais respeitadas da vitivinicultura argentina. Seus vinhos são autênticos e expressivos. Este varietal da casta Torrontés (emblemática da Argentina) tinha cor amarelo palha esverdeado e estava bastante aromático (uma característica da casta), com uma gama de aromas muito agradáveis. Maçã verde, jasmim, pêssego, rosas em uma mistura potente. Daquelas de fechar os olhos e viajar por algum tempo somente com o prazer olfativo. Na boca, paladar frutado com toques florais. Volume, untuosidade e refrescância. Um excelente vinho, de ótima qualidade. Experimente-o como aperitivo ou acompanhando saladas ou entradas frias. Classificação: ****.