Miscelânea

Papo de Vinho: Introdução ao Mundo do Vinho

Vídeo bacana, com uma introdução bem didática ao mundo do vinho e da vinicultura, desde seus primórdios (fonte: https://www.youtube.com/channel/UCyYRw7924d0EQno-fSxPKYA).







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Quanto mais velho o vinho, melhor!... Será?!?


É digna de nota a forma como os vinhos evoluem no decorrer do tempo. Alguns são engarrafados prontos para serem bebidos, outros exigem a dileta paciência do enófilo, na busca – às vezes, completamente cega – pelo melhor momento de abrir sua preciosidade. É importante frisar, contudo, que, ao contrário do que diz o ditado popular, vinhos não melhoram infinitamente com a idade. É verdade que os melhores, se armazenados em condições adequadas, podem melhorar por décadas. A maioria, contudo, alcança seu ponto ótimo de maciez, potência e complexidade alguns anos após o engarrafamento. A imagem abaixo (uma aproximação), mostra que a grande maioria dos vinhos perdem suas melhores características pouco tempo depois de colocados no mercado:

(fonte: clearlakewinetasting.blogspot.com)

Manter seu caro vinho tempo demais engarrafado é observar a triste decrepitude do vinho e seu inglório fim na forma de vinagre. Assim, a não ser que você tenha certeza que vale a pena guardar, não deixe seus vinhos indefinidamente esquecidos na adega. Você pode descobrir, ao final de tanta espera, que não deveria ter esperado tanto.

Descobrir o ponto ótimo do vinho, antes do início de sua decrepitude, é mais do que ciência, é uma arte. Demanda um esmero redobrado no armazenamento, profundo conhecimento do tipo de vinho em questão e de suas propriedades, conhecimento das castas usadas na vinificação e, por fim, mas não menos importante, uma boa dose de sorte. Independentemente se você irá envelhecer uma ou cinquenta garrafas, há alguns fundamentos que não devem - nunca - ser ignorados:
  • Evitar flutuações em temperatura: vinhos devem ser mantidos longe do sol e também fora de geladeiras comuns. As flutuações de temperatura são profundamente prejudiciais.
  • Evitar proximidade de produtos químicos: pode não parecer, mas as garrafas de vinho não são hermeticamente lacradas; as rolhas de cortiça permitem troca de gases, ainda que ínfima, com o meio ambiente. Assim, a proximidade, por exemplo, de produtos de limpeza, pode levar aromas não desejados para dentro da garrafa. 
  • Evitar vibrações: alguns lugares devem ser evitados para envelhecimento de vinho, como dentro de geladeiras comuns ou sobre microondas. 
  • Evitar luz do sol: além da variação de temperatura, a luz ultravioleta danifica os compostos do vinho.
  • Evitar lugares com pouquíssima umidade: a umidade deve ficar preferencialmente entre 60-65%.
  • Evitar calor: aqui vai uma triste constatação para os enófilos brasileiros: o calor é profundamente prejudicial para os vinhos. A temperatura ideal para evoluir vinhos é entre 12-14ºC. Quanto mais quente o ambiente, mais rápido os vinhos evoluem e, por fim, tornam-se decrépitos. 

O fato é o seguinte: um bom vinho que levaria dez anos para alcançar o seu ápice em condições ideais começa a ficar decrépito após apenas dois anos, se for armazenado a 22ºC. Mas aí alguém pode perguntar: "Isso não é bom? Fazer o vinho evoluir mais rápido e, dessa forma, bebê-lo antes?". Infelizmente não é assim. A evolução pelo calor degrada o vinho em vários sentidos. As reações químicas resultantes criam imperfeições nele. Ele jamais alcançará, por meio do calor, a mesma qualidade que teria em uma evolução controlada. A questão é grave em climas mais quentes: um mês a 35ºC é o equivalente a um envelhecimento de seis anos, mas um envelhecimento ruim, defeituoso.



Uma outra questão que precisa ser esclarecida é que a maioria dos vinhos não precisa ser envelhecida. Hoje em dia praticamente todos os vinhos são colocados no mercado em situação adequada de consumo. Assim, não precisam ser envelhecidos ou precisam de muito pouco envelhecimento. Como saber? Bem, se você tiver o privilégio de provar um pouco do vinho antes de decidir, procure por taninos ásperos, alto nível de acidez e fruta fechada. Esses são sinais claros de que o vinho pode amadurecer mais. Taninos macios (doces), acidez equilibrada/mediana e fruta expressiva, por outro lado, são sinais de que o vinho já deve ser tomado. A expressividade da fruta e o surgimento de aromas terciários (como aroma de couro ou aromas químicos) são sinais de amadurecimento correto. Deve-se buscar o equilíbrio entre os taninos, o álcool e a acidez.

Por fim, mas não menos importante, é fundamental conhecer as uvas usadas no vinho, a região de proveniência e a tradição dessa região. Via de regra um Bordeaux pode amadurecer por décadas, enquanto um Beaujolais dura, quando muito, dois anos. Na dúvida, é sempre melhor beber um vinho que ainda não alcançou seu melhor desempenho (e, quem sabe, melhorá-lo um pouco com decantação) do que beber um vinho que já virou vinagre. A imagem abaixo (clique para visualizar em tamanho aumentado) organiza alguns tipos comuns de vinho por tempo ideal de envelhecimento. É um bom ponto de partida.

(fonte: winefolly.com)

Quem tem condições de brincar com o processo evolutivo e sabe que se trata de um bom investimento, costuma comprar caixas do mesmo vinho, da mesma safra. Com isso, pode abrir uma garrafa a cada ano e observar, assim, a evolução. Ao perceber que a evolução alcançou seu ápice, é o momento de avançar sobre as demais garrafas (a não ser que haja interesse em manter algumas garrafas lacradas como souvenir).

Evoluir um vinho é um processo que engloba conhecimento, busca por informações, tentativa e erro, intuição e uma boa dose de sorte. A evolução não é eterna. Todos os vinhos irão, mais cedo ou mais tarde, se tornar decrépitos e intragáveis. O mito da eterna evolução gera algumas situações engraçadas. Há alguns anos, foram recuperadas – com o uso de muita tecnologia e robôs de exploração do leito marinho – várias garrafas de um vinho de vários séculos atrás, que haviam resistido ao naufrágio do navio que as transportava. Montou-se uma grande recepção em Londres e os sortudos convidados tiveram que sorrir para a TV ao degustar aquilo que deve ter sido o vinagre mais caro da história.






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O Bom Vinho.








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Brinquedo de adulto...






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Se você vê a mais tenra beleza nessa imagem, você é um iniciado...








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Vinho diminui risco de Alzheimer

Você sabia que o consumo regular de vinho pode reduzir o risco de demências como Alzheimer? Vários estudos epidemiológicos indicam que a ingestão não exagerada de vinho afasta a ocorrência desta enfermidade. Os polifenois existentes na bebida são potentes substâncias neuroprotetoras, evitando o envelhecimento das células cerebrais. Além da ação antioxidante, o vinho melhora a circulação cerebral e, acredita-se, ainda, que a chance de sofrer com depressão é menor em consumidores moderados de vinho. É bom lembrar que o ideal é uma taça diária para as mulheres e no máximo duas para os homens. Há também aqueles que, por possuírem doença crônica, não podem beber álcool: a lista é formada por hepatopatas (quem tem doença do fígado, como cirrose), pessoas com pancreatite, úlcera gástrica, problemas psiquiátricos e diabetes. Em caso de dúvidas, sempre procure o auxílio de um profissional de saúde.





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Chegou o Carnaval!

Vai de vinho, cerveja ou refrigerante? Não importa! Desejamos a você um excelente e divertido Carnaval! Só não esqueça: se beber, não dirija! 







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Um toque de sofisticação: Kir do Porto!

Essa receita é uma adaptação do tradicional Kir Royal, com três vinhos diferentes. Para momentos de sofisticação...

Ingredientes:

30 ml de vinho do Porto branco
30 ml de vinho do Porto Ruby
Espumante
Uma cereja ou uma amora

Modo de Preparo:

Em uma taça de espumante, coloque os vinhos do Porto. Complete delicadamente com o espumante, para formar um degradê. Enfeite com uma cereja ou uma amora. 






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Guia de Adegas Climatizadas

Sempre começa assim: você compra algumas garrafas e, corretamente, as armazena deitadas, longe da luz e em local sem aromas fortes, tudo como prevê o figurino! Próximo do sol, não! Em lugar quente, não! Próximo de produtos de limpeza, não! Em pé, ressecando a rolha, também não! Enquanto isso, o número de suas garrafas só vai crescendo, afinal vinho não é só a bebida. Vinho é a cultura, a sociologia, a geografia e toda a arte de milênios de dedicada produção humana. Ora, não se entra nesse mundo com três ou quatro garrafas!


Logo, você começará a se incomodar com algumas necessidades básicas. Tirar uma garrafa que fica bem embaixo de uma pilha de outras é um exemplo. Outro exemplo, esse bem mais comum, é ter que esperar o vinho atingir a temperatura correta, o que no Brasil quase sempre representa deixá-lo por meia hora na geladeira (em caso de espumantes ou brancos leves, aguente por longas duas horas a vontade de beber!). E por que não guardar na geladeira? Simples, porque a vibração e os aromas da geladeira são terríveis para o vinho. Logo, você vai estar bebendo gato por lebre. 

Adega de Vinhos em Alumínio Escovado
 34 Garrafas - GE Profile (aprox. R$1.000)

Aí começa a surgir no seu íntimo um desejo quase inconfessável: você precisa de uma adega climatizada. Por que inconfessável? Porque é às vezes difícil explicar para familiares e amigos que seu novo mimo não é um luxo supérfluo, e sim uma necessidade para que você possa apreciar seus vinhos de forma correta. É nesse momento, já de início, que temos que esclarecer um ponto importante: não perca dinheiro comprando adegas de seis ou oito garrafas, a não ser que você queira colecionar adegas também. Essas adegas são utilizadas em escritórios, para comemorar ocasiões especiais. Para a sua casa, comece com um mínimo de 24 garrafas e, tenha a consciência que, mesmo assim, você passará a vida restrito. 

Adega Climatizada Dynasty 40 Garrafas (aprox. R$1.500)

Por definição, todos os vinhos devem ser guardados em local fresco e longe da luz, mas tenha em mente que nem todos são vinhos de guarda ou melhoram com o tempo. Esta última informação é especialmente importante caso você ainda não tenha adega climatizada ou ela tenha chegado ao limite de sua capacidade e você tenha que escolher que vinhos ficarão protegidos até sua decisão por uma nova.

Art dês Caves (preço sob consulta)

Na hora de escolher sua adega, vá além das características mais óbvias de revestimento (há opções em alumínio, em aço escovado ou revestidas com madeira). Preocupe-se com o serviço de manutenção e garantia e se esse serviço está disponível em sua cidade. Lembre-se que você dependerá da adega funcional para manter seus vinhos. Assim, é desejável que os eventuais problemas sejam resolvidos muito rapidamente, de preferência na sua residência. De nada adianta comprar uma adega caríssima e, em caso de problema, ter que remetê-la para outra cidade, deixando seus preciosos vinhos em péssima situação de armazenamento. Se sua adega parar de funcionar, não abra a porta, deixe-a fechada até a assistência técnica chegar, assim você manterá a temperatura interna climatizada por mais tempo.

Art Des Caves Triade (aprox. R$24.000)

Os modelos cujos mostradores de temperatura e botões de programação ficam no exterior da adega são ideais, pois evitam que você tenha que abri-la desnecessariamente. Leve em conta que as temperaturas ideais de guarda e de consumo não são as mesmas. Para evolução do vinho, a temperatura ideal fica entre 14 e 18ºC. Dessa forma, o tinto é o único vinho que tem temperaturas de guarda e consumo idênticas. Vinhos brancos e espumantes, por exemplo, precisam ser ainda mais refrigerados para serem consumidos. Algumas adegas climatizadas comportam tal necessidade possuindo repartições diferentes, para vinhos que estão envelhecendo e para aqueles que estão prontos para consumo. Para mais detalhes sobre a temperatura ideal para consumo de vinhos, veja nossa matéria sobre Temperatura de Serviço.

Adega Climatizada Electrolux
29 Garrafas (aprox. R$1500,00)

As portas de vidro agregam grande beleza estética para a adega e para o ambiente, mas busque as que apresentam vidros especiais que protejam seus vinhos dos raios UV. Embora a luz em geral seja nociva aos vinhos, algumas adegas possuem iluminação interna para serem ligadas na hora da escolha dos vinhos. Nesse caso, opte por adegas com lâmpadas que não geram calor, como lâmpadas de LED. Para que você tenha acesso fácil aos vinhos, dê preferência a modelos com gavetas basculantes. Dessa forma você pode apreciar suas garrafas e escolhê-las sem ter que ficar puxando as garrafas e correr o risco de danificar seus rótulos.

Art des Caves Basique (aprox. R$2.500)
Independente dos detalhes externos escolhidos, bem como dos pequenos confortos inseridos por um ou outro detalhe interno, tenha em mente que o principal ponto é o sistema de refrigeração. Existem no mercado brasileiro de adegas dois tipos básicos de sistemas de refrigeração: termoelétricas (por troca de calor) e eletrônico-digitais (por compressor). Como as termoelétricas funcionam por troca de calor, elas dependem da temperatura ambiente para manter resfriado os vinhos em seu interior. Isso é problemático no Brasil, em que as residências usualmente têm temperaturas de 25ºC. Nesse caso, estas adegas somente conseguem temperaturas entre 16-21 graus, dependendo do modelo. 

Assim, sempre que possível, opte pelas adegas eletrônico-digitais (por compressor). Nesse caso, um detalhe é importante: escolha uma com sistema anti-vibração, que assegura controle da vibração causada pelo compressor. Essa vibração é muito prejudicial aos vinhos, motivo pelo qual a escolha de um compressor de qualidade é muito importante. Portanto, fuja das adegas com compressores normais de geladeiras.




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Vinho & Saúde

Você sabia que vinho – principalmente tinto – atua na proteção do sistema cardiovascular? Uma taça por dia é suficiente. Se não for possível ingerir vinho, pode-se tomar suco de uva integral, que também oferece ótimos resultados. No caso da bebida alcoólica, o ideal é uma taça diária para as mulheres e no máximo duas para os homens. Há quem recomende dividir o consumo: um pouquinho no almoço e no jantar. São muitas as vantagens: prevenção de enfarte e acidente vascular cerebral (AVC), proteção do endotélio (camada celular interna dos vasos sanguíneos), menos chance de coagulação sanguínea e redução da adesão de plaquetas, o que previne o entupimento de uma coronária, por exemplo. E tem mais: de acordo com pesquisa da Universidade de Maastricht, na Holanda, o resveratrol diminui os níveis de açúcar no sangue e reduz a pressão arterial. Por outro lado, nunca é demais lembrar: as vantagens do vinho só começam a aparecer caso a pessoa beba regularmente e com moderação. Além disso, só devem beber pessoas maiores de idade e que não possuam contraindicação à ingestão de bebidas alcoólicas. Em caso de dúvidas, sempre procure o auxílio de um profissional de saúde. 






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Para aplacar o calor: Caipiporto!

Não há quem não goste de uma caipirinha! Aproveite os dias de calor para experimentar essa versão mais leve, feita com vinho do Porto branco extra seco.

Ingredientes:

  • 60 ml de vinho do Porto branco extra seco
  • 4 rodelas de limão
  • 2 colheres de açúcar em pó
  • Gelo picado

Modo de Preparo:

  • Colocar, em um copo baixo, o limão e o açúcar. Macerar (com pilão) os ingredientes, adicionar o vinho do Porto branco e o gelo, mexer com uma colher de bar, decorar e servir.



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Feliz Natal!

Nós do Poesia Engarrafada desejamos que seu Natal seja como um bom vinho! Na análise visual, que apresente árvores de Natal, presentes e guirlandas. Na análise olfativa, desejamos que seja cheio de belos aromas de carinho e felicidade, com toques de gratidão e nuances de espiritualidade. Na boca, que seja um Natal estruturado e harmônico, com sabores de família e amigos queridos e com um final longo, persistente e saboroso. FELIZ NATAL!!!





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Temperatura de Serviço

Certamente, já aconteceu com você. Em uma ocasião, você toma um vinho e ele lhe parece sublime; já em outra, ele parece comum ou até mesmo ruim. Sendo o mesmo vinho, por que isso acontece? Há três motivos principais que podem influenciar enormemente as sensações provocadas pelo vinho e você deve sempre estar atento a eles: sua expectativa sobre a bebida, a taça correta e a temperatura de serviço. Descreveremos em outras ocasiões os efeitos da expectativa (do conhecimento prévio sobre o tipo do vinho) e das taças. Agora iremos nos concentrar em um elemento importantíssimo na degustação: a temperatura.
A temperatura é fundamental na degustação
A primeira coisa que se deve ter em mente é que vinhos são bebidas delicadas e, de certa forma, nossa cultura não esta acostumada com isso. Estamos naturalmente acostumados, como brasileiros, a tomar cervejas geladíssimas ou café quentíssimo. Isso é ótimo, mas não funciona com vinhos, que demandam temperaturas adequadas. Se o vinho estiver quente demais, o álcool irá se destacar, dando a impressão de um vinho excessivamente alcoólico. Se o vinho estiver frio demais, os taninos (substâncias presentes nos tintos, que dão a sensação de adstringência) irão dominar o conjunto, deixando o vinho desagradável.

Dessa forma, antes de abrir seu próximo vinho, é bom saber como a temperatura afetará o seu prazer:
Termômetro para vinhos

  • Aroma: só sentimos pelo olfato aquilo que nos chega por meio de moléculas voláteis, que sobem quando, por exemplo, agitamos a taça. É importante saber que, quanto mais quente, maior a dissipação de tais moléculas. Se o vinho estiver excessivamente quente, seus aromas se dissiparão rapidamente e ele parecerá ter aromas fugidios. Se o vinho estiver excessivamente gelado, seus aromas ficarão presos no líquido, tornando difícil sua apreciação. É por isso também que vinhos tintos, mais encorpados – e, portanto, com moléculas aromáticas mais pesadas – devem ser servidos a uma temperatura superior que os vinhos brancos – cujas moléculas são mais leves.
  • Tanicidade: como já foi falado, os taninos são muito mais perceptíveis quando a bebida está mais fria. Servir um vinho tânico gelado é um crime sem fiança! A sensação que você terá será somente de adstringência e é bem possível que você venha a ter uma péssima impressão de um vinho que, se servido adequadamente, você aprovaria. 
  • Casta: algumas variedades produzem vinhos mais voláteis que outras. Pinot Noir, por exemplo, é mais volátil que a Cabernet Sauvignon, motivo pelo qual os Borgonhas são geralmente servidos mais frescos que os Bordeaux.
  • Doçura: A doçura é acentuada pelo calor e amenizada pelo frio. Dessa forma, um vinho Colheita Tardia servido acima da temperatura adequada parecerá excessivamente doce e, portanto, enjoativo.

Com o tempo e com o hábito de tomar vinhos, você perceberá quase que imediatamente quando um vinho está adequado para ser tomado. Para ajudar no seu controle, é bom fazer uso de uma tabela de temperaturas, que relaciona o tipo do vinho à sua temperatura ideal. Veja um exemplo:

Tabela de Temperaturas
Para encerrar esse post, deixamos algumas dicas para você:
Termômetro para vinhos
  • Dica – Compre, se ainda não tiver, um termômetro para vinho. Poucos acessórios no mundo do vinho são tão importantes quanto ele. Com um termômetro você poderá acompanhar e controlar a temperatura do vinho, adequando-a conforme sua necessidade. Com ele, você também poderá observar como o vinho muda conforme vai esquentando na taça. 
  • Dica – Não guarde seus vinhos na geladeira. Se você não tiver uma adega climatizada, armazene seus vinhos (os de rolha devem ficar deitados) em local fresco, escuro, ventilado e longe de produtos químicos. Os vinhos não devem ser mantidos na geladeira porque as vibrações causam enorme prejuízo ao líquido. Você deve utilizar a geladeira somente para resfriar o vinho. Nesse caso, uma hora ou menos na porta da geladeira deixa um tinto em condições adequadas para consumo.  Os brancos e espumantes pedem mais tempo de geladeira ou, de preferência, um balde de gelo. 
  • Dica – Existe um mito de que vinho deve se tomar à temperatura ambiente. Nada mais falso em países tropicais como o Brasil. Isso só é verdade em países muito frios, em que há necessidade de aquecer um vinho para tomá-lo, algo difícil de acontecer no nosso país. 

Termômetro para vinhos
Não poder deixar um vinho na geladeira e ter que esperar uma hora para servi-lo é, sim, um exercício de paciência. Por outro lado, é também um momento propício para ler alguma coisa sobre o vinho que você irá consumir e, dessa forma, aguçar o paladar. Você certamente será recompensado.



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Vinho & Saúde

Você sabia que, entre todas as bebidas alcoólicas, o vinho é a que mais favorece a saúde? Os polifenois, componentes encontrados na casca e na semente da uva, oferecem ação antibiótica e efeito antioxidante, previnem a formação de placas de gordura nas artérias, reduzem o colesterol ruim (LDL) e aumentam o bom (HDL) no organismo. Claro que isso se a pessoa beber regularmente e com moderação, e não tiver contraindicação à ingestão de bebidas alcoólicas. Vale lembrar que nem todo adulto pode ingerir vinho ou qualquer bebida alcoólica. A lista dos que não devem saboreá-lo é formada por hepatopatas (quem tem doença do fígado, como cirrose), pessoas com altas taxas de triglicérides, pancreatite, úlcera gástrica, problemas psiquiátricos, gastrite e diabetes. 





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Portonic, um drink ideal para o calor!



Nesses dias de calor intenso, que tal beber um drink refrescante? O Portonic é um long drink elaborado com vinho do Porto branco (Extra Dry) e água tônica. É fácil de preparar, delicioso e ideal para aplacar esse calorão!

Ingredientes:
  • 2 dose(s) de vinho do Porto branco
  • Agua tônica o quanto baste
  • Gelo a gosto
  • Rodelas de limão
  • Folhas de hortelã

Modo de preparo:
  • Preencha um copo para long drink com gelo e adicione uma rodela de limão.
  • Coloque o Porto branco, complete com a água tônica.
  • Enfeite com a hortelã
Experimente também trocar o limão por laranja e acrescentar o sumo de meia laranja ao drink. 



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Decanter, esse incompreendido.




Poucos acessórios do universo do vinho são tão incompreendidos quanto o famoso “decanter” (ou, mais apropriadamente, “decantador”). Muita gente que poderia utilizá-lo, não o usa por receio de que ele estrague o vinho. Outros tantos usam-no pela sofisticação que imaginam que ele imprime ao ato de beber um bom vinho. Tanto esses quanto aqueles ignoram que o decantador tem objetivos práticos, muito mais honrosos do que impressionar os convivas.

Primeiramente, cabe-nos responder a pergunta: o que é um decantador? Decantador é um recipiente feito de material inerte (como vidro), de fundo largo e abertura estreita, utilizado para separar sedimentos imersos em um líquido. No caso de vinhos, ele tem uma função adicional: serve para oxigená-los, em virtude da maior área de contato do líquido com o ar, se comparado à área de contato que o líquido tinha quando ainda estava engarrafado. 

A partir dessa definição, podemos restringir os objetos que podem ser chamados de decantador: somente aqueles com fundo largo o suficiente para permitir o contato do líquido com o ar. Acho importante frisar essa questão porque nos últimos anos surgiram exemplo rebuscados de decantador, que são muito mais objetos de design do que de fato objetos para permitir a oxigenação do vinho. Um bom exemplo são os objetos desenvolvidos pela designer francesa Etienne Meneau. Os decantadores desenvolvidos por ela são peças de design muito bonitas, mas não servem para oxigenar vinhos, porque não permitem contato do líquido com o ar em uma área considerável. Veja um exemplo abaixo:


Pelo mesmo motivo, ao utilizar um decantador de formato padrão (como o da figura abaixo), não se deve enchê-lo demais, pois, assim, o vinho subirá pelo gargalo e, novamente, terá pouco contato com o ar. O ideal é colocar vinho suficiente para que uma área razoável fique em contato com o ar. 



Com vinhos, um decantador pode ser utilizado em dois casos: para separar sedimentos ou para oxigenar o vinho. No primeiro caso, deve-se verter o líquido cuidadosamente para dentro do decantador, deixando na garrafa a última porção de líquido, cheia de sedimentos. A oxigenação, por sua vez, é recomendada para que ocorra a liberação de compostos aromáticos e para "amaciar" vinhos mais taninosos, como os vinhos Barolo, Bordeaux, Cabernet Sauvignon, Porto e do Rhône. É importante enfatizar, contudo, que a decantação pode também ser maléfica. Vinhos mais delicados, como varietais de Pinot Noir ou o vinho Chianti, podem ser prejudicados. Pelo mesmo motivo, não faz sentido nenhum decantar espumantes. Na verdade, difícil pensar maior contrassenso, uma vez que o processo de decantação iria desperdiçar o gás carbônico tão arduamente dissolvido no espumante pelo processo produtivo. 

Agora que você já sabe o formato adequado de um decantador e em quais situações deve utilizá-lo, não tenha receio de comprar um e fazer uso dele com vinhos mais estruturados. O contato com o ar tende a melhorá-los não porque está de fato amaciando os taninos (isso ocorre por meio do processo de polimerização durante o envelhecimento em carvalho), mas porque permite a oxidação de sulfitos e outros compostos químicos. 


Tenha também em mente que a decantação é uma questão de preferência pessoal. Muitas pessoas decantam todos os vinhos jovens que consomem. Outros decantam apenas vinhos mais velhos e com sedimentos. No caso de vinhos jovens, é recomendável decantá-los por cerca de meia hora. Caso o vinho pareça inexpressivo, deixe-o mais algum tempo decantando. O ponto correto vai depender do vinho, do estágio de desenvolvimento em que ele se encontra e de sua preferência pessoal. Para descobrir sua preferência, experimente comprar duas ou três garrafas do mesmo vinho, decantando meia garrafa por meia hora, meia garrafa por uma hora, meia garrafa por duas horas, etc. Se possível, peça a um amigo que o auxilie em uma degustação às cegas com as várias alternativas de decantação. A decantação pode ser uma ferramenta maravilhosa para ajudar o vinho a mostrar o seu melhor, mas não se prenda a regras. Experimente e descubra aquilo que melhor lhe apraz.