Como continuidade natural do nosso último post, sobre os vinhos Marsala, decidimos degustar o Lombardo Marsala Superiore Ambra Secco. Na sua produção, esse vinho passa por dois processos para aumento de doçura: uma parte das uvas é colhida tardiamente; outra parte é cozida, a fim de reduzir o volume, aumentar a doçura e definir a cor âmbar no vinho. Em seguida, o mosto é colocado para fermentar. Durante a fermentação é adicionada aguardente viníca, que acaba por interromper a fermentação, já que o álcool mata as leveduras. Como nem todo o açúcar terá sido transformado em álcool, a interrupção resulta em um produto com maior teor de açúcar. Ainda assim, trata-se de um vinho que, segundo a legislação local, deve se identificar como "seco". Sendo um Marsala Superiore, necessariamente passa por dois anos de envelhecimento em barris de carvalho. Na análise visual, o vinho apresentou bela cor âmbar brilhante. No olfato, aromas destacados de frutas secas (amêndoas, em seguida ameixas e uvas passas), noz, mel e um toque balsâmico. A análise gustativa, por fim, identificou o vinho com doçura agradável (apesar da classificação como "seco" dentro da gama de variedade de vinhos Marsala), acidez mediana e encorpado. Trata-se de um excelente exemplar para se tomar como aperitivo, antes das refeições. Também fica muito bem com queijos fortes, como parmesão e gorgonzola. Por ser um vinho com alto teor alcoólico e sabor intenso, fica melhor se servido gelado. Classificação: ****.
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Marsala, o vinho marcante da Sicília
Hoje vamos falar um pouco sobre um vinho muito especial: o Marsala. Trata-se de um vinho fortificado, produzido na ilha da Sicília, na Itália, onde divide terreno com outras denominações de origem. O Marsala possui graduação alcoólica entre 17 e 18%. É elaborado, nas versões Ouro e Âmbar, com as uvas Grillo, Insolia, Catarrato e Damaschino. Na versão Rubi, é feito com as uvas Pignatello, Nero d'Avola e Nerello Mascalese.
No Marsala, as uvas são fermentadas de maneira tradicional, mas uma parte é reservada para a preparação de um agente edulcorante. Tradicionalmente, dois tipos de edulcorantes são utilizados: a Mistella (mistura de uvas super maduras e aguardente vínica) e o cotto (xarope de uvas caramelizadas produzido em caldeira). Vide abaixo um mapa (clique para visualização aumentada) que é a síntese do Vinho Marsala.
Os vinhos Marsala diferenciam-se entre si pela cor (Oro, Ambar e Rubino), pela doçura (Secco, Semisecco e Dolce) e pelo envelhecimento. Neste último quesito, as possibilidades são:
- Fine - envelhecimento mínimo, inferior a um ano;
- Superiore - envelhecimento de pelo menos dois anos;
- Superiore Riserva - envelhecimento de pelo menos quatro anos;
- Vergine e/o Soleras - envelhecimento de pelo menos cinco anos;
- Vergine e/o Soleras Stravecchio e Vergine e/o Soleras Riserva - envelhecimento de pelo menos dez anos.
Adobe Reserva Gewürztraminer 2011
A Gewürztraminer é uma das castas mais aromáticas que existem. É conhecida por atingir seu ápice na Alsácia (França) e se caracteriza pelos aromas de lichia, rosa e gengibre. Esse Adobe, elaborado pela vinícola chilena Emiliana, apresentou uma bela cor dourada brilhante. No nariz, os aromas típicos e muito destacados da casta: aroma muito intenso de lichia, com nuances de frutas, flores e ervas, assim como o esperado gengibre. Aromas finíssimos e intensos; francos e amplos. Um excelente exemplar de vinho aromático. Na boca, um vinho com sabores contínuos e acidez bastante agradável, refrescante, com um final doce e medianamente persistente. Volumoso e untuoso. Um ótimo vinho branco, com excelente relação custo-benefício. Excelente como aperitivo e para acompanhar sushi.
Além de ser muito bom, esse vinho é produzido com técnicas biodinâmicas, sem qualquer produto químico. Para conseguir bons resultados, a vinícola usa um sistema sofisticado de procedimentos, que incluem elementos da natureza como ferramentas de sustentabilidade do vinhedo. Um exemplo é o uso de animais no auxílio do cultivo. Por exemplo, usam-se galinhas para controle de insetos e alpacas para remoção de ervas daninhas e fornecimento de adubo natural. Esse método produtivo gera colheitas mais caras, mas com resultados comprovadamente melhores. Classificação: ***.
La Chablisienne Petit Chablis Pas Si Petit 2011
Alguns vinhos merecem todo o nosso respeito, por serem resultado de um trabalho meticulosamente planejado e evoluído durante décadas. Assim são os vinhos da La Chablisienne, cooperativa fundada em 1923. Chablis é uma região no extremo norte da Borgonha (França) e produz exclusivamente vinho branco. A região é uma importante área vinícola há pelo menos 1400 anos. Hoje há cerca de 4.600 hectares de vinhas produzindo.
Os produtores dessa região têm orgulho de produzir um vinho realmente inimitável: feitos somente de Chardonnay, são muito secos, mas não agressivos; metálicos, mas não austeros; ricos, mas não pesados. São misturas bem sucedidas de alta acidez, fruta madura e nuances minerais.
Com 12,5% de teor alcoólico, esse exemplar apresentou bela e brilhante cor amarelo palha, com fortes reflexos esverdeados. Aromas minerais (pedra molhada?) e de frutas cítricas, com um toque de menta. Na boca, muito seco, com acidez cortante e revigorante. Final de boca persistente e com memória vivida de frutas cítricas. Excelente! Classificação: ****.
Papo de Vinho: Introdução ao Mundo do Vinho
Vídeo bacana, com uma introdução bem didática ao mundo do vinho e da vinicultura, desde seus primórdios (fonte: https://www.youtube.com/channel/UCyYRw7924d0EQno-fSxPKYA).
Yellow Tail Cabernet Sauvignon 2010
Nós do Poesia Engarrafada acreditamos que há vinhos bons para todas as horas e – sim! – para todos os bolsos. Claro que não se deve esperar um vinho harmônico, estonteante, por um preço irrisório. O mercado se encarrega de não deixar tais anomalias ocorrerem. Acontece, entretanto, que há vinhos bons e honestos nas mais diversas faixas de preço. Esse é um bom exemplo.
Esse Yellow Tail Cabernet Sauvignon é o terceiro vinho fino mais vendido do mundo (é o mais vendido nos EUA!). Se isso por um lado pode representar industrialização e perda do tão desejado caráter artesanal, por outro representa consistência e padronização de resultados (o que é positivo quando não se quer arriscar!). É um vinho sedoso, com taninos macios. Frutado, redondo, equilibrado (equilíbrio alcançado em níveis altos de intensidade). Talvez não muito típico da casta (um Cabernet Sauvignon deveria ser mais estruturado, sério). Aroma de frutas vermelhas, principalmente amoras. Final aveludado e persistente. Vinho agradável, jovial, fácil de beber, de sabores e aromas diretos. Excelente para o dia-a-dia. Classificação: ***.
Serrera Moments Torrontés 2009
Um passeio por aromas. Realmente impressionante! O Serrera Moments Torrontés 2009, elaborado pela bodega argentina Serrera, na boca, é um vinho leve, fresco e elegante. No nariz, é - sem exagero - uma viagem única. Extremamente aromático, possui fragrâncias destacadas de flores, frutas, mel... Aromas finíssimos e muito marcantes, que vêm em camadas. Curioso que, após degustá-lo, fica-se ainda muito tempo (dias!) lembrando os aromas e do enorme prazer olfativo. Final de boca complexo e persistente. A Torrontés é uma casta genuinamente argentina, que só existe lá, conhecida por ser realmente muito aromática. A qualidade dos vinhos feitos com essa uva aumenta quando se vai de regiões mais ao sul da Argentina para vinhos feitos em regiões mais ao norte. Ela também fica melhor quando cultivada em locais altos. Gostamos muito desse vinho. Recomendado para ocasiões especiais, em que haja tempo para desfrutar todos os seus aromas. Classificação: ****.
Quanto mais velho o vinho, melhor!... Será?!?
Todo mundo já ouviu o ditado que diz que "quanto mais velho, melhor fica o vinho", mas será que isso é mesmo verdade? O que está por trás do amadurecimento do vinho? Você tem certeza que está armazenando corretamente seus vinhos?
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Livio Felluga Sossó
O Sossó Merlot D.O.C. é um corte de Merlot e Refosco dal Pedunculo Rosso, uma uva própria da região de onde esse vinho é proveniente: Friuli, no nordeste da Itália. O produtor, Lívio Felluga, produz esse vinho quase na fronteira da Eslovênia, em uma região muito fria, montanhosa. O nome Sossó vem de um rio do mesmo nome que passa dentro da propriedade. É um grande vinho que, infelizmente, chega caro no Brasil, mas vale cada centavo pago. É amadurecido 18 meses em carvalho e mais um ano na garrafa antes de ser posto a venda. Cor vermeho-granada e aroma extravagante, finíssimo e muito intenso de café, pimenta, capim, frutas vermelhas, madeira. Na boca, muito frutado, taninos macios, bastante equilibrado, bastante fino, intenso e com longo retrogosto. Elegante e fácil de beber, foi um dos pouco até hoje que recebeu classificação máxima no Poesia Engarrafada. Classificação: *****.
Villa Cardeto Sangiovese 2011
Vinho italiano do produtor Cardeto, da comuna de Orvieto, região da Umbria. Elaborado com 100% de uvas da casta Sangiovese, provenientes de vinhas plantadas a cerca de 300m de altitude, em solo vulcânico. Esse vinho não passa por madeira. Como resultado, obtém-se um líquido de coloração vermelho-rubi brilhante. No nariz, um conjunto fino e persistente: cerejas e violeta. Na boca, um vinho equilibrado e prazerosos, taninos doces, corpo médio. Belíssimo exemplar da casta. Para fazer bonito em ocasiões especiais. Excelente relação custo-benefício. Classificação: ****.
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