A questão para afastar o preconceito é entender que o Casal Garcia não é um vinho verde exuberante, mas um produto simples e discreto. Embora as uvas que o construam sejam exemplares tradicionalmente ligados aos vinhos verdes (por exemplo, Trajadura, Loureiro, Pedernã e Azal), ao longo de sua existência, o Casal Garcia acabou sendo talhado como um modelo próprio de vinho verde, em que se percebe o aroma frutado e floral e que na boca se desenvolve leve, macio e discretamente frutado, marcado por uma flagrante intenção de ser refrescante. Isso tudo com simplicidade. Trata-se de um vinho com um padrão já conhecido e com bastante frescor, para ser apreciado a qualquer momento. Entendido isso, não há motivo para preconceito.
Esse rosé, da safra 2012, já passou um pouco do ponto de ser tomado. Na verdade, se recomenda tomar vinhos verdes no máximo dois anos após a safra, para que ainda se perceba a refrescância característica. O vinho foi elaborado com as castas Vinhão, Azal Tinto e Borraçal e possui 10% de teor alcoólico. De cor cereja, apresentou um aspecto límpido e ligeiramente efervescente, como é de se esperar. No nariz, muito frutado, com destaque para morangos e framboesas. Aromas finos e muito agradáveis. Na boca, percebe-se a continuidade da fruta e ainda muito destacada a refrescância, apesar da sua idade. No fim de boca, um vinho ácido, que deixa a boca bem limpa, com persistência média.
É um produto bom e honesto. Um vinho leve que vai bem com pratos leves. Experimente com salada, camarões e muita descontração!
Classificação: ***.